Sessão especial e selo comemorativo marca os 180 anos da Casa de Oxumarê

Em uma sessão especial proposta pelo deputado Bira Corôa (PT), presidente da Comissão de Igualdade Racial, o plenário da Assembleia Legislativa da Bahia em uma sexta-feira, dia de Oxalá, foi tomado por pessoas vestidas de branco que estavam ali para celebrar os 180 anos de fundação do terreiro Ilé Òsùmàrè Aràká Àse Ògòdó, conhecido como Casa de Oxumarê; honraram-nos com sua presença nesta sessão representantes de terreiros da Bahia e de outros estados, entidades, autoridades civis e militares do Estado da Bahia, parlamentares estaduais e federais, membros do poder executivo federal, artistas.
Oportunamente houve também o lançamento de um selo comemorativo dos Correios para esta festividade. A Superintendente dos Correios da Bahia após discursar relatando a importância do momento histórico para o País deu por lançado o selo comemorativo, este que foi ilustrado pelo artista plástico André Hora e retrata as oito gerações religiosas que lideraram o Terreiro desde a sua fundação em 1836.
O evento foi marcado por discursos em prol do fortalecimento da identidade afro-brasileira e da tolerância religiosa. O babalorixá da Casa de Oxumarê, Babá Pecê, em discurso que encerrou a sessão especial afirmou que "o candomblé não é uma espaço de maldade como é visto", "as pessoas ainda não podem frequentar o seu trabalho com seus torços porque são tidas como macumbeiras que fazem o mal e não como praticantes respeitosas de sua religião", "esses homens e mulheres ajudaram a construir nosso país, com sua capacidade e inteligência e merecem todo respeito", acrescentou ele.
Para abrilhantar tal momento houve também cantos e saudações em iorubá que mostraram a beleza dos rituais da religião afro-brasileira.